Deixei-me levar com uma facilidade enorme desde o começo. Desde as primeiras palavras, as frases iniciais, e tudo o que estas por dentro me fizeram sentir que me deixei embarcar numa viagem única... numa viagem de emoções! E fi-lo com uma fragilidade e vulnerabilidade que poucas coisas me dão, certamente menos do que deixo transparecer.
Tive mais tempo livre esta semana do que é costume, o que foi mais uma confirmação do teu livro ter chegado às minhas mãos no timing certo. Mas nisso sou como aquela pessoa tão especial do teu livro, que se tornou tão familiar nos últimos dias e da qual sei que vou sentir saudades, e acredito que nada acontece por acaso. Nem mesmo o te ter reencontrado e ter podido ler este livro nesta altura me parece uma mera coincidência.
Sei que não és muito dada a doces, mas... conheces aquela sensação de se ter um rebuçado tão saboroso na boca que se quer trincar e provar depressa todo o sabor a açúcar, mas ao mesmo tempo faz-se todos os possíveis para contrariar essa vontade, deixando-o derreter-se devagarinho na boca para que não termine tão depressa?... Foi assim que me senti ao ler o teu livro... Não consegui abrandar o ritmo de leitura, mas algo em mim disse-me o tempo todo "calma, deixa durar...", até porque o medo de chegar àquela parte da "viagem" que já sabemos há muito tempo ser inevitável foi maior que tudo, foi mais forte que eu. Mas mesmo assim teimei em enfrentar o medo depressa e não consegui abrandar. Devorei cada palavra como se este fosse o último livro que fosse ler durante muito tempo.
Todos os que me conhecem sabem que sou uma amante da leitura, e uma sonhadora e romântica incurável. Mas não há muitos livros sobre os quais possa dizer ter encontrado tanto de mim mesma no interior de cada frase. Este sim. Desde o prazer pelo mundo e cidades desconhecidas e viajar, à sensação que cheiros de casas nos oferecem, à magia de lugares da cidade de Lisboa (muitos dos que se encontram neste livro, também são meus de escolha!), à relação entre pessoas, o amor pela arte, os laços emocionais com todas as suas complicações por natureza, à forma como se encara uma vida e uma morte, o recitar autores que se admiram, o amor pela escrita e por palavras, o que uma vírgula ou um pontozinho quase invisível pode fazer de diferença numa frase... podia ficar aqui durante muito tempo, mas a verdade é que prefiro não o fazer...
Sobre "A Vontade de Regresso" prefiro até nem dizer muito. Acho que cada um terá que lê-lo e, quem o fizer, senti-lo e viajar com - e na história, juntamente com as personagens e terminar quando quiser, e da forma que escolher - para si próprio. É um livro que permite ver-nos em outros, como que um espelho mágico, de uma forma curiosa. É um livro que sei que voltarei a ler um dia. É um livro que me deu vontade de muitas coisas que nunca perdi em mim, mas agora ao lê-lo a minha sede de as fazer tornou-se maior e isso faz-me sentir ainda mais viva!
Obrigada. Pelo "espelho", pelas palavras (tuas e de outros que também eu tanto admiro), pela música referida e que consegui ouvi-la na minha mente baixinho sempre que era referida, pelas imagens de arte que também já me fizeram viajar à procura delas em paredes de museus e que no teu livro revi, pelas emoções, pelos cheiros doces, pelos gostos mais amargos da vida que também conheço, pelas paixões, pela casa da Teresa com tudo o que tem lá dentro (de matéria e de espírito) e que parece que conheço tão bem... por tudo o que senti e que nem consigo pôr em palavras!
Obrigada e Parabéns!
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Raquel este foi só o mais bonito elogio que alguma vez recebi. As palavras que podia dizer-te parecem todas ridículas face ao que escreveste e a forma como entendeste o que escrevi ainda me emocionou mais.
ResponderEliminarObrigada é mesmo a única coisa que me sai.
Cheia de hormonas e hiper-sensível aqui estou eu a lacrimejar até à exaustão.
Então já somos duas, que deixaram umas lágrimas bonitas caír hoje... ;)
ResponderEliminar1 abraço forte! xx
Tão bonito
ResponderEliminar:)