30.6.10


(photo by PiXie)
A minha cidade, a minha casa, o lugar que em tantos aspectos me define e tem tanto a ver comigo. O lugar que durante tanto tempo senti saudades! Voltar é sempre demais, sempre forte, sempre emocionante!
O que se sente não aparece nas fotografias, embora eu saiba sempre o que senti no momento em que tirei cada uma delas.
Quando cá estive da última vez ficaram algumas fotos por tirar, ou pelo menos assim o achei na altura, mas nada acontece por acaso.
As que tirei estão aqui guardadas e revê-las foi sempre um pouco como regressar.

Agora, que sonho: abrir a janela e olhar para a rua é regressar! :)
Não existe nada que se aproxime da sensação de voltar a casa, a nós! É como uma porta que se abre para um mundo tão único e nosso, e mesmo que mais ninguém o entenda, quando se está em casa isso não importa!

Ontém vi-te na rua e acordei


Surprise! You're Dead, Faith No More
*(don't you love sarcasm?!)

Ontém vi-te na rua. Tu não me viste a mim, por isso aproveitei para te observar à distância durante uns minutos, enquanto estavas a ser tu mesmo e sem saberes que eu estava a olhar. E a verdade é que não gostei. Não gostei do que és quando pensas que ninguém está a olhar. Não gostei da tua maneira de estar sem teres a mínima ideia de que eu te estava a ver. Não gostei de te ver sem aquela máscara bonita que sempre puseste para mim. E ainda bem que não gostei. Mostrou-me a mim mesma que não perdi a minha capacidade de interpretar os factos, mostrou-me de que não tenho andado enganada com tudo o que pensei nos últimos tempos, e permitiu-me não perder mais do que 5 ou 6 minutos de olhos postos em ti.
Secalhar um dia destes és tu que me vês a mim na rua, sem que eu te veja. Secalhar um dia destes és tu que vais ficar por uns momentos a olhar para mim, à distância. Provavelmente para te aperceberes de que por maior que seja a vontade que sintas de te aproximar e dizer um "Olá", não és capaz. Provavelmente para te aperceberes de que não é fácil parar de olhar. Provavelmente perderás mais do que 5 ou 6 minutos comigo, à distância. E vais sentir saudades do que nunca tiveste.
E quem sabe um dia destes, nos cruzamos de frente? E se um reencontro acontecer desta forma, sei que te vou olhar nos olhos - bem de frente, e tu vais baixar a cabeça e seguir o teu caminho. E eu vou sorrir, porque se um fraco me enfrentasse seria uma surpresa e tu já me surpreendeste o suficiente.
Ontém vi-te na rua e acordei. E foi óptimo! Eu andei a dormir, mas tu és cego. E essa é uma diferença imbatível!

25.6.10

"As saudades piores são as que se sentem de alguém que parece nem nos poder ver à frente". Ouvi isto ontém enquanto jantava numa esplanada em Hoorn, vindo da mesa do lado. O que naquele momento foi dito entre dois amigos, chegou-me ao ouvido e fez-me tanto sentido! É bom sentir saudades, mas assim não! O não entender, o sentir que ainda há tanto para ser explicado e falado, mas o que se recebe é silêncio e distância, isso então é do pior.
É, porque mesmo que se queira pegar em todo o orgulho que sentimos e em toda a força que sabemos ter, quando há coisas que ficam em aberto é difícil seguir em frente. Porque quando há coisas que não se entendem e ninguém parece querer ajudar-nos a entender, as perguntas na nossa cabeça tornam-se barreiras difíceis de ultrapassar.
Ando a contar os minutos, as horas, os dias... para que alguma certeza apareça. Espero que não demore, se há coisa que detesto é desistir - por não ter tido outra alternativa.

24.6.10

Apareço na televisão, logo existo

Uma coisa que sempre me fascinou foi o conceito de reality tv. Sempre achei curioso haver pessoas que estão dispostas a participar nesse tipo de programas e haver um número tão elevado de pessoas que gostam de assistir aos mesmos. Há de tudo: programas onde buscam talentos musicais, cozinheiros, top models, beautys & nerds, programas filmados em ilhas desertas onde os concorrentes têm que sobreviver a fome e a sede, e o meu preferido (na categoria do mau gosto) é aquele onde 6 casais partem de férias para resorts foleiros numa ilha qualquer das caraíbas (daqueles resorts tipo cocktails e colares de flores à chegada! Ai, que bonito...), e chegando lá são separados. Duas ilhas, dois resorts, mulheres para um lado e homens para outro. Tanto uns como os outros, encontrarão no seu resort a companhia animada de solteiros do sexo oposto. Muitas festas, muito álcool e para bem das audiências muito sexo e infidelidade depois, lá se juntam os casais novamente - para o momento supremo de confissões, choros, confrontações, arrependimentos (a culpa é sempre do álcool claro, mas em alguns casos também é da mãe dele ou do pai dela, enfim... todos nós sabemos como sogros difíceis nos podem levar ao extremo... seja como fôr, nunca é culpa própria!) e, para grande surpresa, muitos voltam para casa de mãos dadas, felizes, como se nada fosse, às suas vidinhas normais e sem vergonha nenhuma na cara. Pensando bem, se alguém estiver interessado numas férias passadas num resort daqueles, acompanhado por um homem/ mulher atraente, affair de qualquer natureza, um intervalo da relação que se tem, muito álcool e festas de espuma sem os tops dos biquinis às tantas da manhã, então inscrever-se num programa destes não é mau pensado! Sempre achei estranho o querer-se aparecer à frente dos olhos de milhares de pessoas independentemente do que se esteja a fazer. Sempre achei estranho não se conseguir ser fiel por duas semanas, sempre achei estranho querer pôr a relação à prova e - ainda mais, querer fazê-lo para um programa de tv?... Para a diversão de outros?! Não entendo, estas coisas deixam-me de boca aberta e, quando começo a achar que já nada me surpreende, vejo ontém a apresentação de um novo programa de tv que ainda está para vir e que ainda está naquela fase de procura de candidatos: "até onde iria para ganhar 50.000 euros?" Ao que parece, um "programa cheio de desafios, intrigas, mistérios e muito, muito,muito drama!" (estava a ver aquilo e lembrei-me logo do filme japonês Batalha Royal, onde um grupo de jovens estudantes é posto numa ilha deserta para jogar 1 jogo de vida e morte: o último a saír dali vivo é o vencedor, e assustei-me por uma fracção de segundos com a ideia de que se este conceito fosse real, haveria um elevadíssimo número de candidatos!).
Nunca entendi muito bem estas coisas. Entendo que se cometam erros na vida, que se tomem decisões erradas, que se possa arrepender de algo que se tenha feito a alguém, que se tenha passado do nível durante uma festa com os amigos e se acabe a dançar em cima de uma mesa uma daquelas músicas que, não fosse o efeito do álcool nunca gostaríamos de ouvir, entendo o passar a noite com um estranho atraente por pura diversão e aventura, entendo isso tudo. O que eu não entendo é o porquê de o querer fazer com uma equipa de filmagens à volta, para que tudo o que façamos e digamos seja visto por milhares de pessoas. Pessoas que desconhecemos, mas também pais, irmãos e irmãs, avós e avôs, e mais grave, filhos e amigos de escola dos filhos!...

Há umas semanas atrás estava em Lisboa a beber café com um amigo meu e falámos deste assunto e eu expressei mais uma vez a minha incompreensão. Até gostava de conhecer alguém que tivesse participado em algo do género para fazer algumas perguntas - não para criticar ou julgar, mas por puro interesse e curiosidade! E ao falarmos disto, esse meu amigo disse só isto: "se não apareces na televisão, não existes." Achei brilhante. É isso! - as pessoas que participam neste tipo de programas querem de facto ser vistas, precisam que o mundo inteiro veja o que elas estão a fazer, de serem reconhecidas na rua depois do programa ser emitido (nem que seja com mau nome), para sentirem que valem alguma coisa, que a vida delas é reconhecida por outros seja de que forma fôr. Se se faz algo sem ninguém saber, então é como se não tivesse acontecido... é assim que pensam, não é? E será que têm consciência disso?... É fascinante, e muito triste por tudo o que isso significa, vivermos numa sociedade em que se não houver testemunhas para o que acontece as pessoas sentem-se como se não fosse real, como se os acontecimentos não importassem.

Num dia diferente, mas por acaso na companhia do mesmo amigo com quem tive essa conversa (parece que alguma força do universo se encarrega sempre que coisas insólitas, cómicas, estranhas, aconteçam em momentos que possamos testemunhar juntos!), estava sentada numa esplanada de Lisboa, a beber um café quando vimos um casalinho recém-casado na praceta onde a esplanada estava situada. A passearem de um lado para o outro, ele com um ar estranhamente triunfal e vencedor e ela com um ar cómico e triste ao mesmo tempo, a segurar as pontas do vestido extremamente comprido que já estava mais preto do que branco (olha que metáfora linda!), seguidos de pombos sujos e carregados de doenças e o fotógrafo - sim, o fotógrafo de casamentos como manda a regra: com o fato errado vestido, a gravata errada, os sapatos errados, peso a menos e com o aspecto característico de qualquer fotógrafo de casamento (as bandas de casamentos também têm isso, curiosamente). E ao ver isto não pude evitar pensar no porquê de duas pessoas quererem para o dia do seu casamento, passear no meio da zona antiga da cidade de Lisboa, entre turistas e lisboetas de olhos postos neles. E "reality tv" foi o que me veio à cabeça novamente, por achar que não estava perante uma situação muito diferente na sua essência.
Estamos ali os dois, eu e o meu amigo naquela esplanada agradável a ouvir a deliciosa voz africana de um cantor de rua e a ver o casalinho recém-casado a tirar fotografias em poses românticas e forçadas que mais tarde serão coladas às páginas de um álbum de fotografias de capa branca e onde se pode ler escrito a dourado "O nosso casamento", e dada a altura do ano lembramo-nos das "noivas de St. António". Ora aqui está uma coisa que me dá vontade de gritar, chorar, rir, levar as mãos à cabeça... o casamento - em massa! Com cameras de tv que garantem o aparecimento de tal ocasião em todos os canais de televisão do nosso belo Portugal, telejornais, youtube e afins. Até já estou a ver: uma família toda reunida em casa, sentada em frente à televisão durante horas, à espera que aquele momento que dura 2 segundos aconteça, aquele momento que faça o dia de casamento valer alguma coisa, aquele momento em que uma tia ou uma avó gritam: "olha, és tu ali! vês, no cantinho do televisor, tá ali o teu braço, oh Manel já viste a tua filha ali tão linda?". Isto sim, um momento familiar a sério! O orgulho geral por uma união entre dois jovens e as suas famílias, perante o país inteiro! Que bonito, que romântico é casar no dia de St. António, que maravilha! (o que sinto é algo do género: kill me, kill me now... o que agora me lembra o Dia dos Mortos festejado no México, mas isso fica para outro dia!...).
Hoje acordei a pensar nisto. E enquanto escrevo e bebo o meu cafézinho, saltam-me na cabeça 300 mil ideias cómicas, surreais, absurdas e mesmo doentes para programas de televisão... e por pior que o meu humor negro consiga ser em dias como este, tenho a certeza que qualquer uma das ideias que estou a ter levaria milhares de pessoas a querer assistir e a participar neles, nem que fosse a última coisa que fizessem na vida. Desde que o mundo assistisse.


22.6.10

A tua música - do momento

Secrets, One Republic
Acordei cedo, como costume. O sol ainda estava para nascer e o silêncio era tudo o que se ouvia. Tão bom! São manhãs como esta que me transmitem uma calma que tantas vezes esqueço com o avançar do dia, que ainda existe! Momentos de lentidão, silêncio e sem pressas.
Ontém à noite, antes de fechar os olhos e ter caído num sono profundo, pensei em algo. Numa coisa que tenho guardado (quase) só para mim mesma nestes últimos tempos e que tanto tem preenchido o meu pensamento e o meu tempo. E, momentos antes dos olhos se fecharem, foi também isso que ainda vi no escuro do quarto, enquanto me perguntei se de manhã haveria alguma claridade... e há! ;)
São poucas as pessoas com as quais partilho seja o que fôr que ande a pensar, a sentir, a questionar, seja que tipo de situação fôr que eu ainda tenha por resolver de qualquer maneira, mesmo antes de o conseguir ter feito. São poucas as pessoas com quem me sento a falar, como se tivesse numa sessão terapêutica, em que não penso no que digo, apenas deixo as ideias fluírem e, quem sabe, algo fará mais sentido. São poucas as pessoas que vêm esse lado de mim - entre a confusão, desespero, dúvidas e incertezas, e o momento em que algo de decisivo é feito.
A minha irmã é uma delas. Não consigo pensar em nada que não conseguisse falar com ela... e não consigo pensar em nada que ela não conseguisse compreender, embora as nossas diferenças sejam muitas. A verdade é que ela me conhece tão bem, que coisinhas em mim que possam parecer muito complicadas ou estranhas para muitos, ela entende logo e sabe sempre o porquê de eu ser/ pensar/ agir ou sentir assim.
A minha irmã nunca me faltou. Mesmo em alturas em que confesso ter desafiado a paciência dela e ter jogado com o nível de compreensão que ela naturalmente tem em relação às pessoas de quem gosta, ela esteve sempre do meu lado. Nem sempre como eu queria ou esperava, mas ainda bem. Ás vezes temos que deixar alguém que goste incondicionalmente de nós guiar-nos pelo caminho certo. Mesmo que na altura não o vejamos assim, às vezes temos que confiar em alguém que acredita em nós. Ela viu-o sempre na altura certa, acho que ser a irmã mais velha tem dessas coisas... saber distinguir tão bem um momento para se ser o que os outros querem de um momento para se agir como é necessário. É a irmã mais velha e a mãe que há (e sempre houve) na minha irmã.
Desde pequena que senti uma admiração enorme pela minha irmã. Ela era para mim um exemplo, uma referência e às vezes gostava tanto de tudo o que via nela que assustava! Mas a amizade de irmãs, a cumplicidade, a confiança, os segredos partilhados e guardados entre nós a sete chaves, as lágrimas e os risos trocados - tudo o que se pode imaginar a relação entre duas irmãs ser, sinto que sempre tive com ela. Nunca faltou nada. Até discussões e brigas sem importância nenhuma, que mais tarde nos viriamos a rir delas enquanto os nossos pais nos punham de castigo por termos gritado uma com a outra. Achei sempre que aquelas briguinhas de irmãs eram mais difíceis para eles do que para nós, porque passados 5 minutos já nem nos lembravamos! E os ataques de riso à hora da refeição? Isso sim, dava com os meus pais em doidos e quanto pior eles ficavam, mais nós nos ríamos! O castigo era ficarmos as duas no quarto sem ver televisão. E como cada uma tinha o seu quarto, esse sim era o verdadeiro castigo - o estarmos separadas. Então fomos criando maneiras que os nossos pais nunca se aperceberam para estarmos juntas e a partilhar, mesmo de castigo e separadas pelas paredes do quarto. Comunicávamos através de sons de pancadinhas na parede, tínhamos a nossa linguagem secreta para podermos escrever coisinhas uma à outra (qualquer adulto conseguiria ler aquilo, mas para nós era um puzzle indecifrável que tínhamos criado! Ahahahah!), e até viemos a descobrir que podíamos passar de um quarto para o outro através da varanda, sem que os nossos pais vissem! Ahahahah! Não faltava nada, mesmo.
Nem falta! Quero dizer, falta... falta o estar mais junto...
As saudades que sinto de Portugal às vezes são enormes, e com esse sentimento vem sempre o pensar em pessoas que fazem parte de mim. A primeira em quem penso é, inevitavelmente, sempre a minha irmã. É dela que mais sinto falta, estando longe. Do fazer parte do dia-a-dia dela, de vê-la viver e fazer as coisinhas dela, de estar lá para ela, de admirar de perto a forma tão única como ela ama os meus sobrinhos incondicionalmente.

Hoje acordei cheia de saudades dela... e com saudades dos meus sobrinhos, que são a parte da minha irmã que neste momento das nossas vidas mais admiro, mais me tira a fala, mais me mostra a mulher tão especial que ela é!...




20.6.10

What you see is what you get
(what you saw is what you got)
What you get is what you take
(what you took you won't get back... I won't go back...)


Push Your Head Towards the Air, Editors

Conhecem aquela sensação de estar no lugar certo, no momento certo, e em que tudo parece encaixar-se na perfeição? E conhecem o oposto, aquela sensação de ter estado no lugar errado, no momento errado, e em que nada parece fazer sentido? E quando uma se transforma na outra, apanhando-nos de surpresa como uma estalada no rosto?...

No começo parece ser uma coisa, com o passar do tempo cresce para outra e no final, no fim que nem queremos aceitar que tenha chegado, é tudo tão negro, tão nublado, tão escuro e feio... e porque será que existem pessoas que nos transportam do momento perfeito para o pior de todos, por puro prazer e sem o menor interesse no que isso possa representar para nós?...

Não me posso arrepender de ter sido sempre eu mesma, verdadeira, transparente. Nunca me irei desculpar por algo que só fiz de coração e alma abertos, por coisas feitas com carinho e amizade, por palavras e pensamentos partilhados com a maior das confianças e conforto. O que me causa algum arrependimento foi eu não ter deixado que o espaço que tenho dentro de mim- para outros não seja um pouco menor... ou mais selectivo? E o facto de sentir isto causa-me alguma pena... por a dôr que me fazem sentir me faça querer tornar-me em algo pior, em algo que não sou, em algo que não existe em mim. E se eu o fizer, será que deixa de doer?
Com o passar dos anos o meu grupo de amigos foi diminuindo. E ainda bem! Já disse várias vezes e volto a dizê-lo, que quanto menor esse número de amigos se foi tornando, melhores foram sendo os amigos que ficaram, que resistiram às lutas que partilhamos, aos momentos mais duros que a vida nos mostrou, aos desafios de momentos. Não os trocava por nada, mas a verdade é que também uns não substituem outros. Não existem melhores amigos que outros, apenas pessoas diferentes umas das outras. E ainda bem!
Quem me conhece sabe que uma das coisas mais importantes para mim são os meus amigos - aqueles que a distância não faz com que nada dessa amizade trema ou perca a força (até muito pelo contrário!), aqueles pelos quais sinto - independentemente das circunstâncias, que estarei lá sempre para eles por gostar deles e por valorizar a amizade que nos une, e vice-versa. Aqueles a quem posso ligar a meio da noite para falar sem ter que dar motivo, aqueles a quem posso responder a algo com o meu silêncio e ser compreendida, aqueles que não me exigem nada e me respeitam por quem sou. Aqueles que recebem de mim tudo aquilo que sou e sinto, sem reservas. Aqueles... que sabem tão bem quem são!
...
Às vezes cruzamo-nos com pessoas que nos transmitem algo que valorizamos tanto - calma, alegria, conforto, saudade, vontade de estar junto... falo de algo que também se encontra numa amizade, para ser clara e para quem possa achar que falo de algum sentimento mais profundo. (quero ser clara, pois tenho visto que o mundo anda mesmo carregado de equívocos!)
Às vezes cruzamo-nos com pessoas assim, e são esses os momentos que parecem ser em todos os aspectos um daqueles momentos certos no lugar certo, em que tanta coisa se encaixa na perfeição. Pessoas que nos fazem pensar algo do género: "tão bom ter-te (re)encontrado, pois só tenho boas recordações da época em que fomos amigos, e espero que agora - já adultos e crescidos não deixemos o tempo, a vida, seja o que fôr, afastar-nos!"
Sou daquelas pessoas que, quando algo assim acontece, mergulho de cabeça, salto sem olhar onde vou pôr os pés, dou tudo o que sinto sem pedir nada em troca e só isso - o poder dar de corpo, coração e alma, me basta... sou assim - uma sonhadora, um alvo fácil para quem não olhe para mais nada senão si mesmo, uma pessoa estupidificada e cega por tamanhas emoções que sente - por tanta coisa, por tantos lugares, por tantas pessoas erradas...
... Dou por mim a perguntar-me se também eu estou equivocada!?... Até onde pode ír uma amizade? Quando é que começa para nós e termina para outros?... Porque será que existem tantos rótulos para definir o que é aceitável dentro de uma amizade?... Nem sei se me faço entender, mas não quero ser mais específica do que isto neste momento...
Quando é que se dá demais?... Quando é que assustamos outros pelo facto de sermos tão nós mesmos, tão verdadeiros? E se só o tivermos feito por terem inspirado isso em nós?... E quando é que devemos começar a andar em bicos de pés para não incomodar o que os outros possam pensar ou sentir?... Quando é que o respeito pelos outros começa e a nossa liberdade termina?
E, uma pergunta que acho mesmo difícil: quando é que nos encheram um espacinho do coração que nem sabíamos existir, para a seguir nos arrancarem o coração do peito, inteirinho e com tudo o que o ocupa? E porquê?
A amizade tem coisas estranhas. As pessoas têm coisas estranhas. As pessoas SÃO estranhas... e todas estas coisas estranhas começam a parecer-me familiares demais. Começo a reconhecê-las em tantas coisas e em tantos lugares, e não quero! Não quero ver, não quero saber, não quero sentir, não quero pensar, não quero lembrar!

O que para mim foi amizade - em tudo o que para mim amizade (por ti) envolvia, para ti foi um jogo. Um jogo sem regras (ou só as tuas, que desde o começo guardaste para ti mesmo), um jogo falso. Um jogo fraco...

... Costumo dizer que sou o melhor de tudo o que possa ser quando tenho os melhores amigos ao meu lado. É verdade. Costumo dizer que jogo melhor contra um jogador forte. Também é verdade. E é por isto que neste jogo que tu criáste ainda não me consegui concentrar, por te teres mostrado um concorrente tão fraco.
Sinto-me perdida, mas sei que contra um jogador fraco acabo sempre por ganhar. Não dá é gozo nenhum!...










19.6.10

Burnt Out Moon, Mark Ritsema

Desde a primeira vez que ouvi esta música que pensei em Ti. Não sei porquê, foi daquelas coisas que acontecem, que sabem bem, e que nem vale a pena tentar compreender ou explicar. E sente-se, apenas...

E desde então, sempre que a oiço, também é em Ti - e absolutamente mais nada ou ninguém, que penso. E talvez por ser sempre difícil lembrar-me de Ti, e do que Nós fomos um para o outro e juntos, nem a oiço muitas vezes...

Mas agora, dois anos depois, houve uma força dentro de mim que me fez querer ouvi-la novamente, para que te recordasse nesta data como só eu consigo, ou pelo menos da maneira que consigo. E como recordar-te em silêncio não me faz sentido nenhum, aqui vai... esta melodia que a vida não quis que alguma vez a tivessemos ouvido juntos, mas que me faz sentir sempre um pouco mais junto de Ti ao ouvi-la, seja de que forma fôr, seja isso possível ou não de alguma maneira, nem me importa!

Fácil não é. Lembrar-me de Ti custa sempre, mas apenas por isso mesmo - por não passar de recordações e por o tempo já não permitir que seja o que fôr que tenha ficado por dizer ainda possa ser dito... por já cá não estares... por o teu caminho ter sido não só tão atribulado, mas tão curto.

Sem tristezas, sem arrependimentos, sem mágoas, sem nada que me traga lágrimas, mas apenas com sorrisos e uma protecção gigante pelos bons momentos que partilhámos, lembro-me de Ti sempre, não te esquecerei nunca, e desejo que onde quer que estejas também tu sorrias, da forma como nunca conseguiste realmente fazer...

Um beijo com muito amor, saudade e carinho, desta amiga que nunca te esqueceu.

18.6.10

Não é tão estranho quando parecemos ser mal interpretados?... Em situações normais nem me interessa minimamente o que possam pensar de mim, de algo que eu tenha feito ou dito. Mas quando tem a ver com um amigo, ou alguém que achamos ser um amigo, a história muda logo de género. Até porque quem me conhece sabe bem que apesar de ser explosiva, impulsiva e muito directa, não faço nem digo nada sem ter os sentimentos dos outros em consideração. Pelo menos aprendi a fazê-lo, felizmente! Ahahah, quando se é (mais) novinha a conversa é outra!
Como amante e apreciadora que sou da liberdade, considerando-a mesmo indispensável para a felicidade, também a dou - nem têm que pedir! O mesmo sinto em relação a independência - que vem junto ou por seguimento. Porque tudo o que quero ou preciso arranjo - na vida, em mim... e para mim.
Apenas o respeito que ofereço, esse sim gosto de receber de volta. E quando não vem... é do pior... e quando não vem de alguém que vemos como um amigo... é de morrer. Morrer de dôr, de pena, até de vergonha por sentirmos tamanha estupidez... pela estupidez dos outros...!
Uma suposição extrema: preferia levar uma facada no peito do que ser apunhalada pelas costas. Mas só alguém muito corajoso o faria olhando-nos nos olhos, acho. E de pessoas fracas está o mundo cheio, infelizmente.
Custa-me não entender algo, que me escondam algo, que sejam egoístas comigo. Custa-me porque sou amiga. Não gosto muito depressa de toda a gente e apesar de ser sociável, não são muitas as pessoas que acabe por deixar entrar no meu mundo e que deixe que me vejam. Mas se o faço, então faço-o de coração e alma, e se tiram partido disso, dói... muito mesmo. Principalmente quando acho que o fazem apenas por fazer, para satisfazer o próprio ego que provavelmente confundiu a minha amizade e espírito aventureiro com algo mais sério... wake up will you?
A única coisa que queria era voltar a sentir que tinha aquele amigo de volta na minha vida, aquele amigo com quem se cresceu numa idade tão importante da infância e com quem se partilha tudo - sem segredos, sem reservas nem vergonhas. A única coisa que queria era sentir que a amizade que sinto existe também em relação a mim, da parte dessa pessoa. Mais nada, só isso. E mais nada mesmo. Quando digo que não gosto de bluffs não é bluff! Digo-o porque não gosto mesmo! (tirando num jogo de poker e embora a vida e a relação entre as pessoas às vezes me faça lembrar um, quando se gosta e se respeita os que estão à nossa volta, as regras deste jogo não entram!). Gosto de todas as cartas na mesa - jogo limpo! Eu mostrei-te o baralho, tal e qual como o tinha... porque não fizeste o mesmo, é um mistério que embora prometas de formas incompreensíveis e com muito pouca credibilidade vír a desvendá-lo, começo a deixar de acreditar...
E é tudo isto que "me máta" : promessas, egos elevadíssimos que me interpretam mal, falta de coragem para haver uma comunicação adulta entre duas pessoas que dizem respeitar-se, batotas e jogos falsos, silêncios e abstinências, fugas, a ausência total de consideração por outra pessoa. E tudo isto, depois de o oposto - por tudo o que o oposto destas acções significa e inclui, ter sido mostrado, dado, oferecido...
E ao deixar aqui este desabafo apercebo-me do quanto feliz me sinto por ver mais uma diferença entre nós, e esta sim muito importante - a minha essência está a anos luz da tua!
E ao deixar este desabafo apercebo-me também de que o desejo que sinto para alguma clareza que me mostre estar errada, equivocada, cega, me apareça de surpresa. Prefiro saber que me enganei do que fui enganada...


Just give Me the last piece
of this
Puzzle you helped Me create...

Basic Space, The XX

17.6.10

Absence...


(photo by Anne L.)
If Love is a Red Dress, Maria McKee
"(...)You were my angel.
Now, you are real.
So like a stranger,
Colder than steel.
The morning after,
You know what you bring.
If love is a red dress,
Well, hang me in rags.

Oh well.
There goes the fairy tale.
Lord, ain't it a shame?
In all this comfort,
I can't take the strain.

If we played even,
I'd be your queen.
But someone was cheatin'.
And it wasn't me.
I played it on the table,
You held something back.
If love is Aces,
Give me the Jack."
Vondelpark, Amsterdam

Paciência, Lenine
Um dia destes resolvi apanhar o comboio até à Estação Central de Amsterdam, onde aluguei uma bicicleta e pedalei até ao Vondelpark. A aventura que foi andar de bicicleta naquela cidade que às vezes me faz lembrar Goa (comparação exagerada de emigrante que ainda não se habituou ao caos que é pedalar numa cidade que vive a um ritmo alucinante!), mas em vez de vacas perdidas no caminho vêem-se eléctricos que se cruzam por entre carris entrelaçados, em vez de scooters e bicicletas a caírem aos pedaços vêem-se bicicletas a brilhar, limpinhas e bem cuidadas aos milhares, e carros... que vêem da direita, da esquerda, aparecem pela frente e se colam à traseira da bicicleta de uma forma assustadora... adrenalina não me faltou garanto-vos, mas mantive a postura e mostrei ao mundo que estava no meu elemento (pelo menos esforcei-me ao máximo para o fazer, mas mesmo que nem tentasse acho que em Amsterdam podia pedalar nua que ninguém notava!).
E lá pedalei até não sentir os músculos das pernas, para aqui chegar - Vondelpark! Um espaço maravilhoso dentro de uma cidade linda e mágica, mas onde todos os factores caóticos de qualquer grande metrópole desaparecem. E o que se encontra é silêncio, calma, tranquilidade e paz! Muita paz - de espírito, no ar, nas coisas, no tempo em que tudo se move...
O livro que levava comigo nem chegou a saír da mochila, porque preferi olhar em volta e deliciar-me com as pessoas que naquele dia procuraram o mesmo lugar que eu, quem sabe pelos mesmos motivos ou talvez por outros, nem importa, mas a verdade é que durante algumas horas partilhámos o mesmo espaço e disfrutámos das mesmas coisas que esse espaço oferece. Nem o mp3 player que sempre tenho comigo foi ligado. Porque em vez de me refugiar nos phones preferi ouvir os sons das coisas à minha volta, das pessoas a falarem ao longe e a rirem, do grupinho de hippies que se juntou debaixo de uma árvore a fumar uns cigarros grossos e compridos que cheiravam a incenso (e para bom entendedor, meia palavra basta!), dos cães que ladravam de euforia enquanto donos lhes atiravam bolas ou frisbees para apanharem, e passados uns bons momentos que nem sei ao certo quanto tempo duraram, em que me mantive relaxada deitada no relvado do parque a curtir tudo isto, comecei a ouvir: ".... enquanto todo o mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, fingo ter paciência...". Nesse momento em que o meu coração quase parou de bater, daquela forma agradável e intensa que acontece quando ouvimos ou vemos algo que nos tira a fala, por reconhecer logo aquela voz tão familiar, amiga e empática desse grande nome da música brasileira que é o Lenine, e por aquela canção ser perfeita em todos os aspectos para aquele momento e aquele dia em que todos os passos que dei me levaram até à calma e paz do Vondelpark, comecei a procurar com o olhar e continuei a procurar com os ouvidos de onde viria a música. E muito depressa vi, não muito longe do lugar onde eu estava sentada, um homem moreno e de gestos e maneiras que mesmo que estivesse com um rádio ao lado a tocar música tradicional russa eu o teria reconhecido como sendo brasileiro, e vi no olhar dele o mesmo que também eu deveria ter naquele momento, naquele dia... um olhar nostálgico, de quem procura alguma calma em algum lugar para se refugiar um pouco da confusão do mundo e quem sabe da confusão em si mesmo, um olhar de paz encontrada à sombra de uma árvore do Vondelpark, um olhar sonhador, e um olhar até um pouco triste... porque se sabe, se sente, e não se tem a menor dúvida, de que aquele momento naquele dia está quase a chegar ao fim. "Juntei-me" a ele naquela canção que naquele momento nos preencheu, nos fez sentido, cantei em silêncio e apenas movendo os lábios as palavras de Lenine ao mesmo tempo que ele, e sem nos dirigirmos um ao outro ou falarmos uma única vez (isso teria estragado tudo, diga-se de passagem), levantámo-nos ao mesmo tempo no final da música, e fomos cada um para o seu lado. Mas sem antes termos deixado de olhar cada um por cima do seu ombro, um para o outro, num olhar cúmplice e empático. De duas pessoas estranhas, que nunca se viram nem nunca mais se voltarão a ver, mas que por breves momentos partilharam algo uma com a outra - sem nada ter que ser dito.
Foi o melhor momento daquele dia que passei no Vondelpark!

16.6.10

Cardhu, cigarros e Nina Simone


In the Dark, Nina Simone

Porque há noites assim... em que nada mais parece resultar. Em que nada faz sentido e que, por mais que saibamos que estamos a entrar num caminho errado, deixamo-nos levar por aquela teimosia momentânea.
Porque há noites em que nos fartamos, de passar tantas outras em claro. Porque há dias em que queremos acordar com tudo já resolvido. E porque nos enganamos tanto...?
Porque há pessoas que nos iludem e surpreendem. Porque há alturas em que nem acreditamos que isso tenha acontecido. Porque há distâncias difíceis de carregar, e porque não vemos bilhete de retorno.
Porque há silêncios que matam, e porque há palavras que nada mais são do que cópias das nossas. Porque há frases marcantes que após alguma reflexão perdem o significado. Palavras soltas, quebradas e desassociadas de qualquer acção não valem nada. Porque dar para tirar a seguir é um golpe baixo. Porque deixar alguém perdido é sinal de frieza.

E porque até qualquer sinal contrário, desde que fui completamente verdadeira nada mais me dás do que isto - vazio, silêncio, espaço em aberto..............

Cheers!

A último capítulo de nós

Porque há músicas que dizem tudo...

(geluiden van mijn ziel die je zult begrijpen als je het wilt of zodra je er klaar voor bent)


Bare, The Cure
If you've got something left to say
You'd better say it now
Anything but "stay"
Just say it now
We know we've reached the end
We just don't know how
"well at least we'll still be friends"
Yeah one last useless vow...

"there are different ways to live"
Yeah I know that stuff
"other ways to give"
Yeah all that stuff
But holding onto used to be
Is not enough
Memory's not life
And it's not love

We should let it all go
It never stays the same
So why does it hurt me like this
When you say that I've changed?
When you say that I've aged?
Say I'm afraid...

And all the tears you cry
They're not tears for me
Regrets about your life
They're not regrets for me
It never turns out how you want
Why can't you see?
It all just slips away
It always slips away
Eventually...

So if you've got nothing left to say
Just say goodbye
Turn your face away
And say goodbye
You know we've reached the end
You just don't know why
And you know we can't pretend
After all this time

So just let it all go
Nothing ever stays the same
So why does it hurt me like this
To say that I've changed?
To say that I've aged?
Say I'm afraid...

But there are long long nights when I lay awake
And I think of what I've done
Of how I've thrown my sweetest dreams away
And what I've really become
And however hard I try
I will always feel regret
However hard I try
I will never forget

I will never forget

(maar het is tijd om verder te gaan...)

15.6.10

Melt, The Mission

Vejo tantas pessoas, e vejo-o tantas vezes, viverem a vida "delas", mas sem o fazerem verdadeiramente. Pessoas que parecem acomodar-se e viver a vida de outros, da forma como esses mesmos "outros" o impõem e esperam delas. Pessoas que apenas parecem estar a viver, mas que por detrás dos movimentos e acções do dia-a-dia aparentemente típicos de qualquer comum dos mortais, estão como mortas. E assim andam, entre nós, às voltas, envoltos por uma espécie de aura sem côr - uma bolha de ar... que as permite andar e mover-se entre nós, mas que no entanto as diferencia e infelizmente também as afasta e separa de nós - aqueles que se sentem vivos e que gostam delas, sem que nada delas queiram mudar, modificar, melhorar, impôr. Só gostava de as ver fora dessa bolhinha de ar que as prende e como seriam realmente se estivessem vivas a 100%! Quando se gosta de alguém assim, é impossível não nos questionarmos o quanto mais fantástico seria esse sentimento se houvesse vida - uma vida diferente, para ser mais clara, nessa pessoa.
Muitos de nós que se sentem vivos e prontos seja para o que fôr e para o que der e vier, têm um lado tantas vezes inexplicável que tende a levar-nos para essas pessoas que vivem dentro daquela aura sem côr... claro que eu sou assim, e sinto sempre uma necessidade enorme, um desejo incontrolável, de atravessar as paredes daquela bolhinha de ar que as cobre, pegar-lhes numa mão e tirá-las lá de dentro - para sempre. Sim, sou assim mesmo. É a minha cara achar sempre que posso salvar alguém de quem gosto. Mas também sei, melhor do que ninguém porque tive uma óptima escola de vida, que só se salva seja do que for quem quer ser salvo, e quem pode!
E é com este último pensamento que me despeço deste meu texto matinal. Com este pensamento e de coração quase parado, quase morto, e também ele neste momento e mais do que nunca envolto numa bolhinha de ar, que me faz andar entre tudo e todos de cabeça erguida como se nada fosse enquanto que por dentro carrego um peso no peito que chega a doer. E ao sentir e dizer tudo isto, apercebo-me do quanto parecidos somos. A minha aura também perdeu a côr...
Espero que haja alguém que veja em mim a pessoa especial e única que eu sei que sou e que sinta verdadeiramente que valerá a pena dar-me a mão, olhar-me nos olhos de uma forma em que eu saberei nesse momento que tudo ficará bem, e que me puxe para si com todas as forças... e que esse seja o momento em que esta bolhinha de ar que carrego à volta do meu coração evapore - para sempre.

(11 Junho 2010)

14.6.10

Breaking a lovely silence with a song...

Lay your Hands on Me, The Mission

Enquanto não tenho palavras para descrever o que senti naqueles momentos

-tão únicos e só nossos-

Enquanto o que sinto ainda é tão intenso que me deixa assim...

-parva e sem nada conseguir dizer-

Enquanto só sinto e penso,

desejo voltar atrás no tempo...

Para reviver uma paixão que conseguiu ser mais intensa

do que tinha imaginado antes...

Enquanto desejo mais

-de Ti e de Mim, e noites em claro

(porque fechar os olhos e dormir enquanto te deitas comigo,

parece um desperdício do tempo...)

Enquanto sinto o que não conhecia,

e enquanto nem sei o que sinto...

Deixo a música tocar, fecho os olhos

-e hei-de conseguir falar-

Do que foi para Mim, o nosso reencontro

-e uma união tão esperada e desejada...

(9 Junho 2010)

6.6.10

É raro gostar de domingos. Normalmente acho-os chatos, monótonos e mesmo um pouco deprimentes.
Hoje não! Ainda devo estar no high de ontém! Um high de alegria e boa-disposição, para ser clara! Um high natural de felicidade e tranquilidade!
Hoje é domingo, mas não me importo! Hoje é o dia que queria que fosse, o dia com o qual sonhei, o dia no qual pensei antes de fechar os olhos ontém à noite.
Hoje é hoje, é agora, é o que vier. E é demais!

3.6.10

Todos os caminhos trocados e perdidos que percorro é para chegar aos meus sonhos,
que são Eu,
e onde não há espaço para Ti...
Até porque sei que quando encontrar a saída, não vais estar à minha espera.
Nem espero isso de Ti, a única coisa pela qual espero é por mim mesma.
Prefiro o meu labirinto sem Ti a entrar no teu círculo contigo!
O que não gosto de sentir é esta certeza de que nem queres saír dele...
Não é do facto que não o queiras que eu não gosto, mas de que me queiras convencer que o queres.