28.11.09

Imaginem uma daquelas pessoas que tem medo de baratas. Não só medo, mas nojo e aversão e só o pensamento de uma barata a passear-se pelo passeio de uma rua, a 2 km de distância é suficiente para causar arrepios e mudar o trajecto para não ter que passar pela mesma rua. Só a ideia daquele insecto que nunca nada parece ser suficientemente forte e eficaz para liquidar, com a sua casquinha avermelhada e 6 patas ásperas são o motor para uma corrida muito rápida até ao lugar mais próximo e seguro, e ao grito mais alto que se possa dar.
Conhecem alguém assim? (que pergunta... alguma vez se soube de alguém que goste de baratas?). Conhecem alguém que nem o dizer a palavra barata está livre de uma reviravolta do estômago? Alguém que durante umas férias no México tivesse encontrado uma destas criaturas no quarto e, sendo a aversão grande demais para conseguir até matar o animal, tivesse saído disparada do quarto deixando a sua irmã lá dentro para tratar do assunto? (esta chamou por sua vez o pai, que estava no apartamento ao lado, mas o pai ao ver a bela criatura foi acordar a mãe!). Eu conheço - eu. Prefiro ter medo de um insecto do que sentir o que uma barata me provoca. Não consigo sequer pensar em mais nada que me cause a mesma sensação (para além de certo tipo de pessoas, mas isso é para uma outra altura).
Agora secalhar perguntam-se, quem é que acorda de manhã a pensar em baratas? Ou alguém que por algum motivo estranho goste delas (não é possível, mas seria incorrecto deixar esta hipótese de lado), alguém que foi acordado pelo som de umas patinhas rijas a passearem-se pelo quarto, ou alguém que tenha tido um pesadelo horrível cheio de baratas! A primeira hipótese, no meu caso, está eliminada há muito tempo e a segunda felizmente também, já que para além dos meus cães, gato e algumas aranhas do campo não tenho mais animais em casa (a não ser daquelas visitas inesperadas de alguém que se goste menos, mas isso também é outra história).
Pois é, sonhei com baratas. Não 2 ou 3, mas uma data delas. Por todo o lado, por toda a parte! Ontém à noite quando me fui deitar, com a satisfação de saber que ía acordar a um sábado, sem horários nem obrigações, a última coisa que imaginei foi que a minha noite fosse ser estragada por um bando de baratas voadoras, vermelhas e repugnantes, de patinhas peludas, a invadirem o mundo. Acordei com uma sensação horrível no corpo, aquele tipo que quase nos congela, e saltei da cama com tal pressa que alguém que me visse acharia que tinha uma barata na cama! Mas não - eu certifiquei-me.
Estou na sala, a beber o meu cafézinho habitual e obrigatório de cada manhã. Sei que foi um pesadelo, não sei nem quero saber o que significa, tenho plena consciência de que não há baratas destas aqui no frio da Holanda, mas mesmo assim não consigo parar de olhar em volta, de manter os ouvidos abertos para qualquer som, nem de ter os pés encolhidos num medo irracional de que algo lhes toque...

* quando era pequena recebi uma alcunha, da Leninha (minha professora da primária), por nunca estar calada nem quieta nas aulas - "baratinha voadora", dizia ela com carinho e sempre a rir por não resistir às minhas traquinices. Felizmente esta alcunha não pegou!!!

26.11.09


Sabem aqueles momentos em que parece ficar tudo para trás? Momentos em que nos esquecemos, por momentos, de onde estamos, de quem somos, e que a nossa paixão pela vida nos emociona tanto que nos faz rir e chorar ao mesmo tempo? Momentos em que parece termos entrado para uma máquina do tempo e voltamos a sentir-nos como se tivessemos 6 anos de idade outra vez? Momentos em que nos deixamos embalar por fantasias, ilusões, memórias e sonhos antigos? Momentos em que cantamos, para dentro ou em voz alta, e rimos! Rimos tanto que nem sabemos porquê! Mas em momentos desses nada tem que ter um motivo - é só ser, sentir!
Tenho destes momentos várias vezes, felizmente, um deles é quando estou em algum lugar e encontro baloiços! Volto a ser uma criança outra vez e, enquanto subo ao céu e desço à terra, suspensa por correntes de metal que nunca parecem ser suficientemente fortes para segurar a minha força, não há nada - rigorosamente nada, que me preocupe!
Hoje andei de baloiços, e ri-me, e cantei, e chorei!

Desafio: 21 coisas sobre mim que ninguém sabe

Fui desafiada. Algo que me dá um prazer enorme! Um desafio, seja ele de que natureza fôr, faz-me lembrar de que estou viva e faz-me querer explorar as minhas barreiras.

Este desafio foi-me dado pela autora de um outro blog, Sirigaita, e aqui vai:


* 21 coisas sobre mim que ninguém sabe*

(quem me conhece sabe tudo ou quase tudo, sobre mim, mas por isso é que é um desafio!)

1. Não gosto de falar de manhã. Não acordo própriamente de mau-humor, mas não tenho vontade de falar nas primeiras horas do dia. Se quiserem manhãs tranquilas e em silêncio, sou a companhia ideal, se gostarem de andar a assobiar e a cantarolar pela casa ao acordarem, são a pior companhia que posso ter!

2. Não é raro eu andar a ler 2, 3, ou mesmo 4 livros ao mesmo tempo.

3. Gosto de humor negro.

4. Se morrer hoje, levo 4 arrependimentos comigo.

5. Já deixei de fumar 14 vezes (bad habits die hard!)

6. Nem sempre termino o que começo e tenho grande facilidade em deixar coisas para o último momento (concentro-me e penso melhor sob pressão).

7. Não há nenhum dia que passe em que não me lembre de onde venho, de quem fui e de quem sou.

8. Penso no Vasco no dia 10 e no dia 22 de todos os meses. Bem, penso nele quase diáriamente, mas nestas datas de certeza! A um dia 10 de Outubro conhecemo-nos, a um dia 22 de Junho ele morreu.

9. Não consigo adormecer com portas de armários ou gavetas de estantes abertas.

10. Adoro apaixonar-me, por alguém ou por algo!

11. Sou gulosa. Adoro comida, adoro doces e adoro poder comer tudo o que me apetece sem estar preocupada com quilos a mais!

12. Na minha opinião, mulheres beijam melhor que homens (ok, está dito!).

13. Tenho mais dificuldade em ver violência contra animais do que contra pessoas. Eu sei que é estranho, mas acho sempre que as pessoas se podem defender melhor!...

14. Tenho ataques de riso em situações em que não é suposto rir (funerais, elevadores, lojas, atendimentos públicos, aulas, transportes públicos.......)

15. Adoro viajar e dos lugares que ainda me falta conhecer Tóquio está no topo da lista neste momento!

16. Sinto fascínio pelo lado negro das coisas e das pessoas.

17. Sou muito curiosa. Se a curiosidade matásse já cá não andava há muito tempo! Não é difícil deixarem-me a roer de curiosidade e há amigos que brincam com isso várias vezes... assholes! ;)

18. Se podesse reviver um dia feliz da minha vida, seria 8 de Maio 1998. Se podesse reviver um dia mau, também tenho várias escolhas, embora possa parecer estranho querer reviver algo negativo...?

19. Sinto saudades de Portugal todos os dias, mas quando lá estou só me quero vír embora!

20. A maior pena que sinto em viver na Holanda é não estar mais perto dos meus sobrinhos para vê-los crescer.

21. Sou uma sonhadora incurável, adoro viver na ilusão, na ideia, no pensamento, na emoção do momento...

Ok, já está! Pensava que ía ser difícil, e agora que já estava lançada tive de me lembrar de parar no ponto 21!... Nada deve ser grande novidade para quem me conheça, mas para coisas novas que ainda poderão ser reveladas, virão mais desafios de certeza! ;)


* passo este desafio à Ana Casaca, Fritz, Alice, ao Carlos Garcia, e a qualquer outra pessoa que se sinta inspirada por desafios! *

21.11.09

Já não se pode comprar um maço de cigarros bonito. As embalagens de cartão ou de papel clássico com o nome da marca de tabaco escrito junto a um emblema que distingue uma marca da outra, foram substituídas por embalagens de cartão aparentamente iguais, mas o que as define agora já não é o charme e o romantismo que o fumo de um cigarro pode ter, mas um aviso gigante, com letras a preto e branco, para os riscos de fumar. Como se ninguém não o soubesse há muito tempo! Se estão assim tão preocupados com a saúde das pessoas, deixem de vender a droga em vez de a comercialisarem - com um avisozinho para os riscos, só para descargo de consciência, mas por favor continuem a fumar por que há quem ainda faça muito dinheiro com os maus hábitos dos outros!
"Fumar causa impotência", "fumar aumenta os riscos de doenças cardíacas e problemas cardiovasculares", e a minha preferida: "fumar pode levar a uma morte lenta e dolorosa".
Não me digam que existe algum fumador que, depois de 2001 tivesse sido apanhado de surpresa ao comprar o maço de cigarros de manhã - do género, olhar para o maço e... "what the fuck...?" Mesmo assim paga o maço de cigarros e caminha lentamente para o café mais próximo, com um cafésinho e um cigarro no desejo e o aviso a preto e branco na cabeça. Antes de chegar ao café ainda hesita, tentando decidir-se entre o seu desejo e a sua razão e bom senso.
Não sei se ele chegaria a fumar depois de ter lido o aviso, eu acho que sim. Mas como foi atropelado por um autocarro antes de ter chegado ao café, nunca vou saber.
Pelo menos morreu descançado, pois não foi o tabaco que ele comprou todos os dias durante os últimos 30 anos que o matou! Que alívio! Mas não deviam os autocarros, automóveis, motas, comboios, metros, escadas rolantes, elevadores, escadas de incêndio, aviões, ondas do mar, pratos de comida em locais duvidosos, paracetamol, comprimidos para dormir, dietas farmacêuticas, garrafas de álcool, facas de cozinha, lâminas de barbear, martelos, serras eléctricas, e principalmente pessoas, ter um aviso gigante com letras a preto e branco para os riscos que oferecem? Era estranho... mas cómico.
Parece que a preocupação não está tanto em manter uma população saudável, mas em minimizar as culpas de se intoxicar uma sociedade que precisa cada vez mais de anestesiantes. O aviso num maço de cigarros é ridículo, não faz sentido nenhum. Fumar é um daqueles males que todos conhecem, mas que como é óbvio e não é subtil parece haver esta necessidade de vender, para além da nicotina, a falsa pretenção de que há uma preocupação geral com a saúde de todos.
(Não me façam rir!)
Morte lenta é algo que acontece todos os dias, fume-se ou não se fume.
Como a Martha Medeiros disse num dos seus livros, morte lenta é não saber trocar ideias, não ter interesse em debater, não ter opiniões. É evitar os próprios medos e não querer entender as próprias contradições. Morrer lentamente é ser-se escravo de uma rotina, repetindo o mesmo trajecto conhecido todos os dias. É não arriscar algo novo, não querer ver o desconhecido. É fazer da televisão a sua melhor companhia, e da casa o seu melhor amigo. Morrer lentamente é evitar paixões, é preferir o preto no branco e os pontos nos ís a uma viajem de emoções. É não querer mudar uma realidade que se detesta, por ser a única que se conhece, é não arriscar o certo pelo incerto. É não se permitir uma vez na vida a fugir das opiniões dos outros e dos conselhos sensatos - "fumar mata!".
Morrer lentamente é não querer viajar e conhecer outros lugares e culturas, é não gostar de se ler um livro, nunca ouvir música, não conseguir rir-se de si mesmo. Morrer lentamente é destruír-se quem se é ou nem saber-se o que se é. Morrer lentamente é passar os dias a queixar-se do azar que se tem, do mau tempo de chuva e vento ou do bom tempo de verão que é quente demais. É desistir-se bem antes de se alcançar a meta, é desistir-se de si mesmo antes de se descobrir. É viver-se satisfeito com a insatisfação.
Morte lenta é provavelmente a morte mais ingrata e traiçoeira. Quando se aproxima já é tarde demais para se voltar atrás. Concordo que já que não podemos evitar um final repentino, ou um final em geral, ao menos que se tente evitar a morte a prestações nunca esquecendo que viver exige muito mais do que respirar. Se o ar que se respira está cheio de fumo ou não, isso é um detalhe - todos os dias vejo pessoas a morrer lentamente, de cegueira, de incompetência, de ignorância, de estupidez forçada, de morais e valores destorcidos. E ver isto, só por si, faz-me sentir que também eu morro um pouco por dentro também. Faço-o de preferência com um lucky strike.

20.11.09

... só porque ainda estou a pensar em ti, hoje...

só porque sempre gostaste deste, tanto quanto eu,

só por isto e tudo o resto... aquilo que só tu, e eu, sabemos.

Só porque há coisas que não se esquecem, e que se lembram sempre mesmo que não se tente.

Só por isso. Mais nada... nada que mereça a pena ser dito, aqui.




None of us Are Free, Solomon Burke

Uma semana de loucos!

Parece que os últimos dias passaram simultâneamente a correr, em câmera lenta, a côres e a preto-e-branco. Para além de um trabalho que esta semana me sugou até à medula, só consegui arranjar tempo para fazer uma paragem diária, de uns 3 minutos mais ou menos, no belo facebook onde escrevi umas merdinhas sem jeito nenhum (e o facebook lá serve para outra coisa qualquer?) para que os amigos saibam que ainda estou viva. E, surpreendentemente, ainda estou! O ponto alto da semana foi o telefonema de hora e meia com a minha amiga querida, que me surpreendeu mais uma vez ao ligar-me! Uma hora e meia que passou num minuto, como todo o resto da semana em que o tempo que desfragmentou sem sentido nenhum... há semanas em que a rotina me dá uma pena enorme, por tudo o que é e representa e pela forma fria e cruel que mata o tempo à minha volta. Esta semana foi assim. Não foi uma semana má, mas podia ter sido melhor (pode ser sempre melhor!).
Mas hoje é 6a feira. Outra vez. O dia para se suspirar de alívio quando se teve uma semana brutal, o dia para se expirar deixando todas as coisinhas chatas para trás. E só por ser 6a feira fica tudo mais fácil.
Tenho imensos planos para os próximos 2 dias, que também vão ser de loucos! Mas a diferença entre uma semana de loucos e um fim-de-semana de loucos, é que de 6a à noite até domingo a loucura é a nosso gosto!

13.11.09

Sexta-feira 13


Quem disse que a sexta-feira 13 é o dia do azar?
Passei a semana de cama (desta vez não foi só uma constipação), de pijama e pantufas, a espirrar e a tossir, com umas olheiras escuras e fundas até ao pescoço (muito sexy), de trombas e enjoada, sem apetite nem sede, sem vontade para nada de facto productivo, e hoje (sexta-feira 13) sinto-me melhor. Pronta para o fim-de-semana que vai começar!
Viva a sexta-feira 13! Dia para saír da cama, vestir roupa de gente, comer com um apetite de leão para compensar os dias a sopinhas, dizer que sim ao telefone a todos os convites para jantares e ídas ao cinema, preparar-me para um fim-de-semana com os meus amigos!
Viva o dia do azar que, no meu caso, só me tem trazido sorte!

10.11.09

* pensamento do dia


"I thought a psychic girlfriend would see the real me."

"And she did."

"I just didn't think she'd call the police."



Crushed, Cocteau Twins

7.11.09

(photo by J. Otto)


Sandpaper Kisses, Martina Topley Bird
Numa manhã de Novembro deixei-me levar por momentos de reflexão, e a cada passo que dei, tudo se tornou mais claro e simples. Todas as preocupações foram ficando para trás, para onde eu já não volto - nem a olhar.
É a altura ideal - o mês de Novembro, para simplificar o que parece complicado. E a sentir uma paz interior enorme, com o nariz a pingar e orelhas geladas, cheguei a casa e bebi um cházinho quente. Agora está aqui ao meu lado um livro à espera de ser aberto, à espera de me poder levar para onde quer que seja... e vou, sem que nada me preocupe.
Novembro, um mês que podia fugir à regra e viver mais do que 30 dias...

4.11.09

Modas, Coca-Colas light e anorexia nervosa

Depois da maravilhosa invenção da Coca-Cola em 1886, pelo farmacêutico Pemberton que inicialmente usou a refrescante bebida para curar dores de cabeça e cansaço (viva o açúcar e a cafeína!), veio muitos anos mais tarde a Coca-Cola light, diet e a Coca-Cola zero, para satisfazer aqueles mais cheinhos, com tendência para tal ou aqueles a quem a ideia de um grão de açúcar no sangue parece mais assustadora do que ossinhos cadavéricos à vista de todos.
Parece que o mundo inteiro anda com medo da palavra "gordo". Parece que não existem mais limites para dietas radicais, comprimidos para suprimir o apetite, tamanhos de roupa cada vez mais minúsculos, orgulho em se ter 0% de gordura no corpo, operações plásticas para retirar gordura do rabo e colocar silicone nos peitos, olhos tristes e olheiras até à cintura. Os ideais de beleza deixam-me parva... prefiro um poco a mais do que bastante a menos, mas até isso parece ser criticado quando dito em voz alta!
E o que fazer quando peço uma Coca-Cola num restaurante, me trazem uma Coca-Cola diet e digo: "quero uma Coca-Cola normal, por favor" e a empregada olha para mim de alto a baixo, com um ar chocado de quem pensa "a sério???", como se eu pesasse 150 kilos e era melhor ter cuidado? Mando-a à merda, claro, mas em pensamento para não estragar a noite.
Até as enjoativas bebidas energéticas tipo Red Bull já têm versões light... sem açúcar, sem o ingrediente fundamental para dar energia! Parece que é moda - produtos light, o fingir beber-se e comer-se de uma forma saudável! Ás vezes vejo daquelas pessoas em restaurantes, sentadas à mesa com um ar sofredor, com uma salada de tomate e pepino à frente do nariz e uma bebida light, pão e manteiguinha intactos colocados no canto da mesa não vá não se resistir à tentação. Nunca deixo de notar que se sentam ali à hora da refeição, com o ar mais miserável do mundo, como quem está a ser castigado pelas suas escolhas de ser "saudável". Agora pergunto-me: o que é de facto prejudicial? Ser-se feliz ou viver-se contrariado e com fome? Ter-se bom aspecto ou ar de esqueleto andante? Sinceramente, não preciso de olhar para uma mulher na rua que me lembre a múmia do Tutankhamon, caso esta tivesse sido enfeitada com roupas do século XXI (tamanho xxs, claro!), cabeleira loira, lentes de contacto azuis e maquilhagem em doses exageradas para disfarçar o que já não é possível esconder!
Acho que anda tudo ao contrário. À procura de uma pefeição que já se devia saber que não existe e a caminho rápido da morte. Tenho respeito por todas as pessoas e as suas escolhas, mas estou um bocado cansada de amigas/ conhecidas/ estranhos na rua, viverem com um único objectivo: perder mais uns quilinhos, só mais uns, para conseguir enfiar-se naquele vestidinho minúsculo que está à venda numa loja cara e da moda e que se viu numa revista, usado por uma modelo qualquer anoréxica.

1.11.09

"Planos para o futuro" - as 4 palavras que mais me arrepiam. Acho interessante quando vejo pessoas que não só sabem em avanço o que querem para o seu futuro, mas como sem dúvidas nenhumas também atingem sempre (ou quase sempre) o que querem... para o futuro. Muitos parabéns! Agora, se eu fico contente por estas pessoas mesmo tendo uma posição diferente na vida, porque é que elas não me deixam em paz e não ses entem felizes por mim, com as minhas escolhas para mim? Estou farta de perguntas tipo interrogatório que não sei porquê parece que é moda perguntar depois de fazermos 30 aninhos. "Então e o casamento?", "Então e filhos?", "Então usar um cabelo menos comprido e mais apropriado à tua idade?" (What the F###? - há dias ouvi esta, não tou a gozar!).
A todas estas e outras perguntas do género, se respondo é com um "Eu sou como sou." E quando sinto que me andam a fazer usar esta frase vezes de mais para o meu gosto, começo a nem responder. Sinceramente, se eu casarei ou terei filhos acho que não é assunto de mais ninguém para além de mim e do J.! E que as holandesas tenham todas elas resolvido que depois dos 30 se é velho e patético, por isso toca a cortar o cabelo bem rentinho e de andar a passear com um ar masculino e vivido, não quer dizer que eu não goste do meu cabelo bem comprido... não o uso assim para parecer mais nova, uso-o assim porque é assim que eu sou!
Deixei-me em paz com perguntinhas sobre os meus "planos para o futuro" e preocupem-se com a vossa vida! Eu estou bem e feliz, mesmo sem o casamento de arromba e (ainda) sem filhos. Não se preocupem, porque eu também não!
E agora se me dão licença tenho que saír, porque é domingo e apetece-nos ír ver um filme e jantar fora! Alguém quer vir?... Ah não podem, o marido não quer e por isso elas não vão (lindo!) ou as babysitters não são fáceis de arranjar à última hora de domingo... eu entendo, sorry!