18.6.10

Não é tão estranho quando parecemos ser mal interpretados?... Em situações normais nem me interessa minimamente o que possam pensar de mim, de algo que eu tenha feito ou dito. Mas quando tem a ver com um amigo, ou alguém que achamos ser um amigo, a história muda logo de género. Até porque quem me conhece sabe bem que apesar de ser explosiva, impulsiva e muito directa, não faço nem digo nada sem ter os sentimentos dos outros em consideração. Pelo menos aprendi a fazê-lo, felizmente! Ahahah, quando se é (mais) novinha a conversa é outra!
Como amante e apreciadora que sou da liberdade, considerando-a mesmo indispensável para a felicidade, também a dou - nem têm que pedir! O mesmo sinto em relação a independência - que vem junto ou por seguimento. Porque tudo o que quero ou preciso arranjo - na vida, em mim... e para mim.
Apenas o respeito que ofereço, esse sim gosto de receber de volta. E quando não vem... é do pior... e quando não vem de alguém que vemos como um amigo... é de morrer. Morrer de dôr, de pena, até de vergonha por sentirmos tamanha estupidez... pela estupidez dos outros...!
Uma suposição extrema: preferia levar uma facada no peito do que ser apunhalada pelas costas. Mas só alguém muito corajoso o faria olhando-nos nos olhos, acho. E de pessoas fracas está o mundo cheio, infelizmente.
Custa-me não entender algo, que me escondam algo, que sejam egoístas comigo. Custa-me porque sou amiga. Não gosto muito depressa de toda a gente e apesar de ser sociável, não são muitas as pessoas que acabe por deixar entrar no meu mundo e que deixe que me vejam. Mas se o faço, então faço-o de coração e alma, e se tiram partido disso, dói... muito mesmo. Principalmente quando acho que o fazem apenas por fazer, para satisfazer o próprio ego que provavelmente confundiu a minha amizade e espírito aventureiro com algo mais sério... wake up will you?
A única coisa que queria era voltar a sentir que tinha aquele amigo de volta na minha vida, aquele amigo com quem se cresceu numa idade tão importante da infância e com quem se partilha tudo - sem segredos, sem reservas nem vergonhas. A única coisa que queria era sentir que a amizade que sinto existe também em relação a mim, da parte dessa pessoa. Mais nada, só isso. E mais nada mesmo. Quando digo que não gosto de bluffs não é bluff! Digo-o porque não gosto mesmo! (tirando num jogo de poker e embora a vida e a relação entre as pessoas às vezes me faça lembrar um, quando se gosta e se respeita os que estão à nossa volta, as regras deste jogo não entram!). Gosto de todas as cartas na mesa - jogo limpo! Eu mostrei-te o baralho, tal e qual como o tinha... porque não fizeste o mesmo, é um mistério que embora prometas de formas incompreensíveis e com muito pouca credibilidade vír a desvendá-lo, começo a deixar de acreditar...
E é tudo isto que "me máta" : promessas, egos elevadíssimos que me interpretam mal, falta de coragem para haver uma comunicação adulta entre duas pessoas que dizem respeitar-se, batotas e jogos falsos, silêncios e abstinências, fugas, a ausência total de consideração por outra pessoa. E tudo isto, depois de o oposto - por tudo o que o oposto destas acções significa e inclui, ter sido mostrado, dado, oferecido...
E ao deixar aqui este desabafo apercebo-me do quanto feliz me sinto por ver mais uma diferença entre nós, e esta sim muito importante - a minha essência está a anos luz da tua!
E ao deixar este desabafo apercebo-me também de que o desejo que sinto para alguma clareza que me mostre estar errada, equivocada, cega, me apareça de surpresa. Prefiro saber que me enganei do que fui enganada...


1 comentário:

  1. Não o diria melhor. Imagino que apesar de o achares no geral, estás aqui a particularizar. E nunca umas palavras ditas por outra pessoa foram tão acertivas em relação ao que sinto em relação também a uma certa pessoa em particular (sabes a quem me refiro). Tal e qual, sem tirar nem pôr. Sinto-o a 100%!
    A conclusão não podia encaixar-se melhor: também me sinto, na essência, a anos luz, por muito que doa... ou já tenha doido. Bjs

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