9.11.10

Distance Makes the Heart Grow III

  
Proof, i am Kloot
Quando entraram dentro do apartamento dirigiram-se automaticamente para a sala, onde sofás modernos e óbviamente confortaveis constratavam com peças antigas de mobiliário. Ela olhou todo o espaço em volta com o fascínio e beleza que sempre viu em design e arquitectura. E sentiu-se em casa, o que foi um alívio para ele ao perceber que ela estava satisfeita com a escolha.
Decidiram mutamente, sem sequer o terem que dizer, sentar-se no sofá da sala, a beber um vinho tinto e a conversar. Foi uma conversa tranquila, muito como tantas outras conversas que já tinham tido - sem obrigações nem pressões, em que se fala de tudo com uma naturalidade única.
Acho que houve um ou outro momento em que provavelmente se tivessem os dois apercebido de que, desta vez, estavam cara-a-cara e que a ideia era não só boa, mas assustadora ao mesmo tempo. Este era o momento que tinham planeado. O dia estava aqui. Era agora.
Felizmente para ambos, o prazer da companhia um do outro eliminou quaisquer inseguranças que se podessem ter metido no caminho. E, perdidos nos olhos um do outro, na voz, em todos os gestos e maneiras que antes deste momento eram só imaginadas, beberam juntos a garrafa de vinho e perderam a noção de espaço e tempo.
Tiveram conversas que já tinham tido antes, partilharam coisas novas, ficaram a saber o que ainda havia para saber um do outro mas que ambos tinham esperado por este momento para falar, e depois de alguns silêncios difíceis e esclarecimentos, perceberam de que estavam bem um com o outro.
Ela hesitou, no entanto, a certa altura dizendo "Secalhar não devia estar aqui...", frase que ele interrompeu ao dar-lhe um beijo apaixonado roubando-lhe todos os últimos pedacinhos de medo que ela ainda sentia.

(continua)


2 comentários:

  1. "Distance Makes the Heart Grow" apenas para os bravos de espírito, correndo o risco do coração ficar ressequido em vez de mais colorido.
    É maravilhoso o quanto simples rituais e conversas superficiais podem preencher uma tarde, um estado de espírito. Chama-se a isso o saco de oxigénio para as semanas seguintes de travessia do deserto!
    Estou curioso dos próximos capítulos desta história :)
    Beijos

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  2. Anónimo9.11.10

    Excelente ;)
    Pedro, nunca numa historia como esta um coração pode ficar ressequido, o que faz esta historia é grandioso demais para que tal possa acontecer.

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