* palavras passadas que explicam o agora... *
Cada vez mais tenho a sensação de que as pessoas não falam. Nem umas com as outras, nem muito provavelmente consigo mesmas. Parece que quanto maior e mais exagerado é o nosso acesso e uso de sistemas de comunicação, limitamos o que temos a dizer a curtos mails, a sms's abreviados, e quando se está junto só se fala de nada. Sinto falta de conteúdo, de fundamento, da base para uma conversa com princípio, meio e fim. Estou farta de diálogos do nada, como lhes chamo, em que há um princípio e algures ao chegar ao meio as palavras perdem-se, ninguém se ouve e cada um só está preocupado consigo mesmo, com o que quer dizer e ouvir.
Estou cansada de conversas que ficam em aberto, que não levam a lugar nenhum e de pessoas que têm medo de conversar de uma forma franca, profunda, complexa e séria. Se eu quisesse ouvir merdinhas e disparates, ou pura e simplesmente apenas aquilo que me satisfaz, comprava um papagaio. Não tenho nada contra papagaios, gosto de animais. São as pessoas que me incomodam, principalmente aquelas que me lembram de animais. Por exemplo, conheço muitos papagaios - falam, falam, falam e não dizem nada, só por gostarem de se ouvir a si mesmos.
Se os egos e as vaidades matassem...
Nos últimos tempos tenho aprendido muito sobre pessoas que tinha na minha vida e que achava serem muito viradas para si mesmas, e o mesmo sobre pessoas que achava serem mais low profile. Hmm... é curioso como o andar do tempo e o mudar das coisas nos muda também a nós.
Mas uma vez vendo as coisas de verdade, como se vai fechar os olhos? Nem tento! Tenho pavor a cegueira... parece que coisas especiais aparecem de lugares inesperados e onde esperávamos algo... somos deixados pendurados, até o ego de outra pessoa (aquela pessoa que achavamos estar sempre presente) ter vontade de vir até nós e quando lhe bem apetecer.
F###-##!!!
Quando é que o egoísmo te levou para longe? Ou será que foi sempre assim e era eu que não via o que não queria ver?
Fala comigo - da forma certa. Conversar é falar e ouvir, é receber e dar. Estou farta de ruas com um sentido, começam a ficar pequenas e estreitas demais para tanta gente.
Princípio, meio e fim.
Ainda bem que vivo num país onde as pessoas ainda sabem como é que se deve ter uma conversa e como é que se deve ser amigo. E ainda bem que tenho esses valores em mim, e que quer seja para onde eu vá, isso ninguém me tira!
Sou amiga. Mas sabem de quem, em primeiro lugar? De mim mesma. E se tiver que te esquecer para que não tenhas espaço para me magoares outra vez, é isso que farei. E já estava quase... até apareceres outra vez, inesperadamente, para me fazeres sentir perdida.
Ou a verdade é outra do que parece ser, ou a tua capacidade para comunicar é mais pobre do que eu pensava. Uma ou outra, nem me interessa. Eu fico por aqui, pois a "próxima palavra" não devia saír da minha boca. Eu não tenho que te provar mais nada, nem tão pouco me irei esforçar pela tua atenção.
Luta, fala, aproxima-te. Ou cála-te e foge de vez. A escolha é tua (sortudo!).
Se não sabes como tentar conquistar a minha confiança outra vez, então não é importante para ti. Isso, ou não tens força suficiente para mim. Seja qual das duas fôr, aproveita - pois como já disse tens sorte. Se eu podesse escolher, também teria poder de decisão, mas aparentemente roubaste-mo... juntamente com tantas outras coisas.
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