17.12.09

Todos os anos temos o ritual de dar um toque natalício à casa. Como se as janelas cobertas por uma camada fofa e branca não chegassem, toca de arranjar o pinheiro mais bonito, verdinho e bem cheiroso que existe no mercado e de o encher de luzinhas, bolinhas, pais de natal miniatura (já que acreditamos nele), presentes, botinhas, estrelinhas... um ritual verdadeiramente piroso, mas sem o qual não passo. Só não faço é presépios, desculpem lá, mas não chego a esse ponto! Não há nada que eu mais deteste do que uma família miniatura debaixo de um tecto de palha, com carinhas infelizes, um bebé ao frio rodeado de animais mal-cheirosos e uns rei magos com cara sacanas.
E este é o meu espírito natalício... não tem absolutamente nada a ver com o que o Natal de facto representa, gosto é do ar aconchegante que uma árvore de Natal oferece à minha sala de estar! Para mim o Natal é isso mesmo - aconchego, o estar-se junto das pessoas de quem se gosta, o cheiro em casa da comidinha que se adora mas que por algum motivo só se prepara nesta altura do ano, o oferecer presentes e contar hsitórias sentados em volta da árvore...
O Natal sempre me deixou feliz e triste ao mesmo tempo. Os aspectos desta época que me trazem alegria descrevi-os agora mesmo, os que me causam uma tristeza enorme são: o saber que há tantas pessoas que não podem ter um Natal como sonham ter, o Natal dos hospitais (esse clássico que, de ano para ano, só parece ficar mais deprimente e triste!), as músicas de Natal, as programações exageradas de televisão com missas (como se a Holanda fosse um país católico!), as compras obsessivas de presentes para cada pessoa que se conhece, goste-se ou não dela (nisso, ao contrário da maior parte das pessoas que conheço, sou muito prática!), o gastar-se fortunas em árvores de Natal colocadas no centro de uma cidade só para poder vender ao mundo a bela frase: "É a maior árvore de Natal da Europa!".
Podia ficar aqui a desbobinar coisas do Natal que eu detesto durante imenso tempo, mas não vale a pena. Prefiro pensar nas coisas desta época que me dão prazer e alegria e recordar os Natais da minha infância, nos quais os meus pais sempre me mostraram o que é de facto importante...
Com sentimentos misturados em relação ao Natal, o certo é que faço a minha árvore e, até o dia em que a retiro da sala e arrumo os enfeites, gosto da presença dela.

2 comentários: