30.9.10

Some Songs Speak for Us

A Rainy Night in Soho, The Pogues


I've been loving you a long time
Down all the years, down all the days
And I've cried for all your troubles
Smiled at your funny little ways
We watched our friends grow up together
And we saw them as they fell
Some of them fell into Heaven
Some of them fell into Hell

I took shelter from a shower
And I stepped into your arms
On a rainy night in Soho
The wind was whistling all its charms
I sang you all my sorrows
You told me all your joys
Whatever happened to that old song
To all those little girls and boys
Sometimes I wake up in the morning
The gingerlady by my bed
Covered in a cloak of silence
I hear you talking in my head
I'm not singing for the future
I'm not dreaming of the past
I'm not talking of the fist time
I never think about the last

Now the song is nearly over
We may never find out what it means
Still there's a light I hold before me
You're the measure of my dreams
The measure of my dreams






24.9.10

There's Something New in You

Intro, The xx

I heard it in your voice,
I felt it in your words
I haven't heard it from you,
but I think I know.
You are new,
- a new someone -
...

Silver Soul, Beach House

Está quase.
Entre o agora
e
daqui a pouco.
É só esperar mais um bocadinho...
Mas,
porque é que o "quase" custa sempre tanto a chegar?

12.9.10

Fúria Sorridente...

... algo que não gosto de sentir, mas sem saber como ou porquê, me satisfaz...



Beast in Childs clothes, Cobraz

Sou quem sempre fui. As coisas boas que existem em mim tornaram-se melhores com os anos, e as más piores, com a vida. Mas sou quem eu sou, e sou sempre eu mesma - com tudo de bom e de mau que isso possa representar. What you see is what you get, mas o que deixo ver só eu decido, depende dos olhos postos em mim e do momento.

Ás vezes escondo-me por detrás de sorrisos, outras por detrás de comentários sarcásticos e humor negro. Escondo-me - de pessoas, de situações, de responsabilidaddes, de sentimentos, de pressões sociais que parecem querer levar-me para longe do Eu, que sou. Mas nunca me consegui esconder de mim mesma. E acreditem que tentei! Tentei tanto até aprender que, não só era um caminho sem saída, mas como também os motivos que eu acreditava existirem para que o fizesse não existiam. Acho que é algo que se vê e sente com o crescimento, com o passar dos anos, com a vida.

E assim deixei de me esconder. Deixei de ter medo de ser Eu, de sentir e de viver como eu gosto e como eu acredito estar certo - para mim. E assim comecei a sentir-me melhor com tudo, comigo e com muitas outras coisas.

... E assim comecei também a ser magoada por outros. E volto a esconder-me, agora, sempre que for preciso. Não por receio que me causem dôr, não por medo doutros, mas por orgulho. Sei quem sou. Sei tão bem quem sou que acredito mesmo que só alguns (poucos, mas especiais) merecem ver o que guardo em mim.

O que sabe bem nesta história toda é o facto de só eu saber quem essas pessoas são. Aqui sou assim - fria, se fôr preciso. Há quem ache que me viu para fechar os olhos a seguir, há quem me tenha visto da forma como eu deixei e fui eu quem virou as costas, há também quem me tenha visto exactamente como eu sou e escolheu apagar-me, e há quem ache que assim o foi sem que esse tenha sido o caso.
Quem escolheu o baralho, misturou as cartas e jogou os trunfos certos sei eu quem foi...

Want to play? I bet you would lose.
Again.
And I enjoy playing with winners, not cowards.

7.9.10

* Palavras soltas #2


"- Bom dia. Pontual, como sempre! Entre, por favor.
Calada, entrei. Claro que era pontual! Quanto mais depressa chegasse, mais depressa me podia ír embora!
- Então,... diga-me, como tem andado?
Ai, outra vez estas perguntas de merda! Se andasse bem não estava aqui agora, pois não?
- Anda a dormir melhor?
Porra, ele nem olhou para mim, ou teria visto as olheiras que neste momento me cobrem o rosto...
- E porque acha que não consegue dormir?
Epá, agora a sério, para responder a este tipo de questões ficava em casa a escrever no meu diário. Pega lá no livrinho de receitas e deixa-me em paz!
- Sabe que não acredito em comprimidos.
Hum... interesante... eu acredito! Neste momento acredito mais neles do que em mim mesma, por isso...
- Acho que o melhor que tem a fazer é escolher uma actividade que lhe transmita calma e descontracção, tenho a certeza que irá ser positivo e ajudá-la-á a dormir de noite.
Tentei sexo. Não resultou. Quero comprimidos.
Sou insistente, persistente, manipuladora. Ele não é parvo, mas fez-se de parvo e, farto de mim naquela manhã, passou-me a receita. Otário. O pouco respeito que eu tinha por ele desapareceu naquele momento, em que ele cedeu.
Nessa noite dormi como um bebé. Eu acredito em comprimidos."

6.9.10

 
This is the Thing, Fink

" and the things that keep us apart
keep me alive,
and the things that keep me alive
keep me alone " ...

2.9.10

* Palavras soltas #1

"Há palavras que não significam nada. Há palavras que são ditas sem qualquer sentido, ou com o único objectivo de querer transmitir uma inteligência e sensibilidade que não se possui. Há palavras que soam como música, outras como barulhos irritantes e ensurdecedores. Há palavras que mais não são do que "blábláblás", outras que até têm conteúdo, mas que soam a "blábláblás".
Depende. Das palavras em si, de quem as diz, de quem as ouve, do momento em que são ditas, do contexto e assunto.
Já ouvi palavras e frases que me foram ditas, e que naquele momento por algum motivo, soaram maravilhosamente bem. Porque foram bem ditas, porque o momento foi o certo, e porque eram as palavras que eu, de uma maneira ou outra, precisava de ouvir. Palavras que mais tarde se recordam e nos deixam a pensar no como foi possível aceitar "blábláblás" como se fossem frases dignas de um prémio de literatura! Palavras com duplo-sentido, frases com um objectivo, acções cuidadosamente estudadas... Primeiro passo de um "blábládor": usar a honestidade de alguém para se descobrir quem são, dizer-se sempre o que se espera que querem ouvir e fazê-los sentir-se bem consigo mesmos. Segundo passo de um "blábládor": simular sensibilidade e necessidade em se saber mais do outro, fingindo naturalmente uma vulnerabilidade e fragilidade que não existem. Terceiro passo de um "blábládor": passar de discursos intermináveis de "blábláblás" a acções. Acções mecânicas e estudadas, premeditadas, acções surpreendentemente silenciosas... um bom "blábládor" é cobarde, e "blábláblár" cara-a-cara requer não só a pouca vergonha de um "blábládor", mas também uma certa dose de coragem. Um "blábládor" é fraco. As acções são rápidas, mecânicas, e tal como as palavras, são acções que no momento sabem bem, mas o tempo faz-nos olhar para trás e pensar: "para um blábládor meia acção basta, de facto!"
- Coitado! -
Saber falar é uma coisa. Saber o que se diz é outra. Sentir as próprias palavras e as dos outros, é para grandes pessoas. Querer ouvir e ser ouvido é raro.
"Blábláblás" ouvem-se todos os dias, a toda a hora, em tantos lugares diferentes. É a forma mais fácil que pessoas de mentes vazias e personalidades perdidas encontraram para se parecerem alguém.
Costumava ouvir "blábláblás". Houve até alturas em que sabia que não passavam de "blábláblás", mas mesmo assim escolhi levá-los a sério... fingir que eram palavras em vez de "b"lábláblás" e, confesso, como resposta às mesmas também "blábláblei" bastante.
Hoje em dia é diferente. Não tento, nem me esforço. Quando vejo pessoas a mover os lábios e a gesticular, mas não oiço som nenhum (tipo filme mudo!) já sei que falam "bláblábiano". E nem finjo perceber, não tento decifrar, nem olho! Viro-lhes as costas e sigo em frente.
No meu mundo não há lugar para "blábláblás"... quero dizer, talvez um ou outro de vez em quando, mas esses digo-os eu a mim mesma. Sinto que tenho o direito de me "blábláblar". Fazê-lo a outros, ou deixar que me "bláblábem" já é outra conversa! 

... mais um devaneio meu, um pensamento perdido sobre coisa nenhuma, pessoas de nada, blábláblá..."