24.3.09

Boas Recordações - nascido antes de 1986

(photo by ?)


Há algum tempo atrás recebi um e-mail, daqueles que chegam com um grande FW: à frente do título e que notamos logo que não foi especialmente enviado para a minha pessoa, mas para outras 3 mil também. Tenho que admitir que o meu dedo estava já por cima da tecla del, uma vez que apagar este tipo de mails se tornou quase um reflexo, mesmo antes de os ler. O que é certo é que mesmo quando dou o benefício da dúvida e os leio, a tecla del é utilisada na mesma! Penso quase sempre "as coisas que me mandam....", arrependo-me por ter dado o benefício da dúvida, sinto-me estúpida se os leio até ao fim e sinto-me envergonhada demais para reenviar tais mensagens seja a quem for... a não ser que queira chatear alguém, claro!
Com este mail aconteceu quase o mesmo, a tecla delete pronta a ser utilisada, resolvi dar o benefício da dúvida e lê-lo - por 3 motivos: levo a pessoa que mo enviou a sério, o título "Boas Recordações", que embora possa soar piroso até dizer chega me despertou alguma curiosidade e o documento word chamado "se nasceste antes de 1986" que vá-se lá saber porquê me fez querer ver que mensagem era esta...

"De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos. Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta não usávamos capacetes. Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, e viajar no banco da frente era um bónus! Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa, e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos sumos com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso. Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos, mas com um sorriso nos lábios! Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso. Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, chat na Internet. Tínhamos amigos e se os quiséssemos encontrar íamos á rua. Jogávamos ao elástico e à bola até nos cansarmos. Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola - não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
... És um deles? Parabéns! Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem". Para todos os outros que são mais novos, pensei que gostassem de ler acerca de nós. Isto, meus amigos, é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios. A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986. Chamam-se jovens. Nunca ouviram "We are the world" e não sabem o que foi o Live Aid. Nunca ouviram falar de Pink Floyd, The Doors ou Johnny Cash. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um "deus" da dança. Acreditam que Missão Impossível, Ocean's Eleven, Gone in 60 seconds e Charlie's Angels são filmes do "ano passado". Não conseguem imaginar a vida sem computadores ou telémoveis para receber e enviar sms's todo o dia. Não acreditam que houve televisão a preto e branco ou que pais e filhos se sentavam à mesa juntos para conversar e partilhar histórias daquele dia durante o jantar.


Agora vamos ver se estamos a ficar velhos...

1. Entendes o que está escrito acima e sorris.

2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.

3. Os teus amigos estão casados ou a casar e telefonam-te a informar-te que vais ser "tio"/"tia".

4. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores.

5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis, a comunicarem com os amigos por sms em vez de se sentarem juntos a conversar.

6. Lembras-te de programas de televisão como a Gabriela, O Tal Canal e até os desenhos animados apresentados por Vasco Granja (mesmo que não entendesses, como a maioria, do que se tratavam!).

7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.

8. Vais falar deste texto com amigos porque achas que vão gostar.



SIM, ESTÁS A FICAR VELHO, mas tivemos uma infância inesquecível!!!................"

12.3.09

What doesn't kill you....

(photo by Raquel P.)
Quem me conhece sabe bem que a minha vida sempre foi feita de acontecimentos insólitos, de inúmeras aventuras e altos e baixos. Há os momentos cómicos que me fazem rir sempre que penso neles e os mais dramáticos, que também são cómicos quando relembrados da forma que eu o faço!
Sempre gostei de montanhas russas e não há nenhuma que eu não me atreva experimentar, embora existam muitas que nos ponham à prova, tanto física como psicológicamente. E ainda bem, porque a verdade é que não quero viver só de altos por mais estranho que isso possa soar, mas preciso também dos pontos baixos para me sentir viva. São esses que me fazem olhar para as coisas de uma forma diferente, são esses que me deixam conhecer-me cada vez melhor a mim mesma e são esses que me permitem sonhar e viajar...
Este ano que passou foi estranho demais, quase como um teste ou uma prova de forças que claro que não perdi! Por mais difíceis que os desafios sejam eu sou mais determinada, teimosa e difícil ainda! Sempre soube, não me perguntem como, que iria passar por um teste destes mais ou menos nesta altura da minha vida. Não soube sempre como iria ser ou como iria enfrentar isso, mas agora sei.
Sempre gostei muito da expressão "what doesn't kill you makes you stronger" e agora, mais do que nunca, nada me faz mais sentido do que estas 7 palavras. Não quero entrar em detalhes para não soar dramática, por isso dizer isto é no meu entender suficiente: este teste tornou-me de facto ainda mais forte e aprendi a respeitar e admirar mais do que nunca a pessoa que sou e que me tornei nestes 33 anos de altos e baixos, aventuras, dramas e alegrias. Aprendi também quem são as pessoas que realmente importam, quem foram as pessoas que marcaram de algum modo a minha vida e das quais nunca me esqueci. Aprendi que as coisinhas pequeninas não têm importância nenhuma.
Cada dia é um novo dia, uma nova porta de oportunidades e felizmente está nas nossas próprias mãos abri-la, dar um passo em frente sem medos e explorar o mais possível - das coisas à nossa volta, dos outros (aqueles que importam) e claro de nós próprios.
E para aqueles que fazem parte da minha vida e que a marcaram de alguma forma, de quem eu nunca me esqueci nem esqueço e para os quais estou sempre pronta: obrigada.